A companhia deles pode prolongar o declínio cognitivo e com técnicas estimular o desenvolvimento motor
Não é de hoje que o homem e os animais se relacionam. Há milhares de anos, eles tiveram um papel importante durante a caça, protegendo e ajudando os seres humanos a sobreviverem. Atualmente, os pets tornaram-se membros imprescindíveis nas relações humanas. Além de ser uma companhia que alegra e dá carinho, o contato direto com os animais de estimação beneficia a saúde mental, desenvolvimento motor de crianças e adultos, ajuda as pessoas a lidarem com problemas de depressão, solidão, ansiedade e até a passarem pelos processos de luto.
“Os animais acionam neuroreceptores que liberam substâncias químicas que atuam diretamente no cérebro, retardando o declínio cognitivo, além de proporcionar sensação de bem-estar e relaxamento. Também melhora o humor, devido a produção de hormônios nos humanos como a serotonina”, explicou o médico veterinário, especialista em Clínicas de Pequenos Animais, Alex Gonçalves.
Estudos recentes mostram que a Terapia Assistida por Animais (TAA), como os cães, gatos, cavalos, peixes e tartarugas é usada em crianças com algum nível de deficiência, com autismo e também nas Unidades de Tratamento Intensivos (UTIs).
“Não existe necessariamente uma espécie animal que vai estimular o cérebro, embora os mais prevalentes nas terapias sejam o cachorro, gato e o cavalo”, disse o médico veterinário.
Estes estímulos acontecem através do toque físico direto no corpo do animal, informa Alex Gonçalves, que também é professor do curso de Medicina Veterinária da Rede UniFTC. “Os profissionais de fisioterapia usam técnicas para impulsos neurosensoriais, motores e físicos. No caso dos cavalos, para pacientes com deficiência motora, o calvagar ajuda na postura e no estímulo sensorial”, completou.
O docente da UniFTC Vitória da Conquista ressalta que os animais podem exercer grande influência no tratamento psicológico.
“Incentiva a redução dos níveis de cortisol, hormônio que também ajuda o organismo a controlar o estresse, e, consequentemente, melhora os níveis de ansiedade, proporcionando sensação de acolhimento, afeto e atenção”.
Alex ainda complementa dizendo que “o cuidar do animal faz com que o paciente desenvolva rotinas e também interação com outros indivíduos, e essa socialização auxilia no processo de recuperação”.
No meio científico já existem muitas pesquisas que mostram os benefícios dessa relação. Tanto para crianças com síndromes variadas, deficientes físicos e visuais, pessoas com dificuldade de relação com outros indivíduos, além do processo de bem-estar dos idosos.
“Em contato com os humanos, os animais estimulam a liberação de hormônios importantes para retardar processos de demência, além de gerar conforto físico, mental e social, uma vez que os tutores se sentem acolhidos dentro das suas restrições e isso os tornam mais felizes”, concluiu.